e se a taça transborda
a gente oferece pro Santo um tiquinho
que Santo merece e gosta.
coisas do Brasil que a gente conhece
e aposta.
viva o amor sem medida
felicidade sem pressa
em estado de graça
que até Santo Agostinho concorda!
abaixo a poesia. Viva a Vida.
ORIENTAIS, ESTAMOS AO ORIENTE DO ORIENTE.
OCIDENTAIS, ESTAMOS AO OCIDENTE DO OCIDENTE.
SOMOS NÓS O ORIENTE DO ORIENTE,
SOMOS NÓS O OCIDENTE DO OCIDENTE,
Nada de vós poderá nos guiar.
OCIDENTAIS, ESTAMOS AO OCIDENTE DO OCIDENTE.
SOMOS NÓS O ORIENTE DO ORIENTE,
SOMOS NÓS O OCIDENTE DO OCIDENTE,
Nada de vós poderá nos guiar.
Diziam os profetas antigos, repetem os contemporâneos e os medievais: “Poetas, poetas! Cantar o mar é ser poeta, viver é ser marinheiro.”. Agora, poetas, poetas, vedes: marinheiros sois.
domingo, 26 de dezembro de 2010
colonização da Europa
inacabada a cena. rompe-se o ato. o sol nasce. amarela a minha face.
quem dera fosse possível.
tenho que falar como se estivesse aí, contigo.
um sinal, um abrigo nas tuas mãos.
a concha que cabe do abraço,
estamos perto, vc sabe.
um cansaço nos braços.
não tensiono, nem relaxo,
sigo os caminhos da espanha
quem dera fosse possível.
tenho que falar como se estivesse aí, contigo.
um sinal, um abrigo nas tuas mãos.
a concha que cabe do abraço,
estamos perto, vc sabe.
um cansaço nos braços.
não tensiono, nem relaxo,
sigo os caminhos da espanha
nos compassos de um violão.
inacabado. palavra que faz sentido
quando passam teus dedos nas minhas mãos.
todo o dia é dia de colonizar a Europa
com a dívida da vida do mundo.
inacabado. palavra que faz sentido
quando passam teus dedos nas minhas mãos.
todo o dia é dia de colonizar a Europa
com a dívida da vida do mundo.
sábado, 25 de dezembro de 2010
entre porto curitiba alegre
nostalgia. porto alegre é uma cidade nostálgica. o verão é muito quente, o inverno é muito úmido. a neblina cobre a cidade. tateamos as pessoas nas ruas, e só quem tem coragem de enfrentar o frio leva e traz ar pros pulmões. poetas vivem no ofusco da cidade.
curitiba seria pior, se o verão não fosse tão agradável e os loucos tão inatingíveis.
curitiba seria pior, se o verão não fosse tão agradável e os loucos tão inatingíveis.
Flórianópolis, 25 de dezembro de 2010.
o silêncio da eternidade
talvez seja mais uma teoria sobre as origens da paz.
porque somos capazes de silenciar quem somos em nome do amor e da amizade?
por que somos capazes de amar
e isso é a única coisa que faz diferença.
silencio na nova frase o que te digo para a eternidade.
porque somos capazes de silenciar quem somos em nome do amor e da amizade?
por que somos capazes de amar
e isso é a única coisa que faz diferença.
silencio na nova frase o que te digo para a eternidade.
há inundação de água da vazante
Do passado já sei.
Agora é que falo, o presente e o futuro.
É desafiante apostar no inexistente,
apostar que sou aprendiz,
apostar numa expectativa minha,
intra-uterina ou ancestral,
ou criada quando eu era menina, não sei.
mas, há uma expectativa minha para um ideal,
(vc tem esse tipo de expectativa?)
e algo me convence de que existem pessoas especialmente capazes de nos completar.
mas, não uma completude finita,
antes completar-se infinitamente,
resposta para além de duas pessoas.
acompanhar-se em responder "ao mundo", até que a morte nos separe.
é possível olhar nos olhos do mundo e, hoje, ver a perfeição?
ou mais próxima dela do que tudo que já houve?
algo que lhe convença inteira de que é possível?
quero perfurar os diques.
abri as janelas da casa,
a paisagem está até o horizonte.
mas, para o que deveria ser terra seca
há inundação de água da vazante,
contrariando as leis das marés.
Agora é que falo, o presente e o futuro.
É desafiante apostar no inexistente,
apostar que sou aprendiz,
apostar numa expectativa minha,
intra-uterina ou ancestral,
ou criada quando eu era menina, não sei.
mas, há uma expectativa minha para um ideal,
(vc tem esse tipo de expectativa?)
e algo me convence de que existem pessoas especialmente capazes de nos completar.
mas, não uma completude finita,
antes completar-se infinitamente,
resposta para além de duas pessoas.
acompanhar-se em responder "ao mundo", até que a morte nos separe.
é possível olhar nos olhos do mundo e, hoje, ver a perfeição?
ou mais próxima dela do que tudo que já houve?
algo que lhe convença inteira de que é possível?
quero perfurar os diques.
abri as janelas da casa,
a paisagem está até o horizonte.
mas, para o que deveria ser terra seca
há inundação de água da vazante,
contrariando as leis das marés.
do core a boca
que às tuas palavras se antecipe teu coração
de modo que te falte tempo para articular mentiras
e verdades inteiras.
quero te ver tropeçando na falta de expressão dos teus versos
pois que engasga a palavra necessária
e deixa-me navegar em sede.
resseca a tua língua antes da minha
choras a palavra que omites
resseca tua língua que já nasce seca de coração.
tropeça essa mesma língua
na verdade da obscuridade da ingratidão.
por que a vida é bela
a tua vida é bela
e tu nao precisas de alguém
para roubar-te ou matar-te dela.
de modo que te falte tempo para articular mentiras
e verdades inteiras.
quero te ver tropeçando na falta de expressão dos teus versos
pois que engasga a palavra necessária
e deixa-me navegar em sede.
resseca a tua língua antes da minha
choras a palavra que omites
resseca tua língua que já nasce seca de coração.
tropeça essa mesma língua
na verdade da obscuridade da ingratidão.
por que a vida é bela
a tua vida é bela
e tu nao precisas de alguém
para roubar-te ou matar-te dela.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
beijo sustenido
você preenche a noite
com a certeza de não estar só
acompanha a festa, a ceia, a cereja na taça
o brinde que te safisfaz me abraça
me abraça
me abraça
acompanha as estrelas na varanda vazia
no som dos fogos de longe
teus olhos, teus olhos acompanham
eu pressinto
o vento ainda pode ser bom esta noite.
esquece o poema ou abandona o festejo
pega a minha mão, eu não te vejo
mas te ouço
te ouço rindo de nada
ouço caindo
a lágrima do teu rosto
eu beijei
pensei que era a melhor forma
de te fazer parar de chorar.
com a certeza de não estar só
acompanha a festa, a ceia, a cereja na taça
o brinde que te safisfaz me abraça
me abraça
me abraça
acompanha as estrelas na varanda vazia
no som dos fogos de longe
teus olhos, teus olhos acompanham
eu pressinto
o vento ainda pode ser bom esta noite.
esquece o poema ou abandona o festejo
pega a minha mão, eu não te vejo
mas te ouço
te ouço rindo de nada
ouço caindo
a lágrima do teu rosto
eu beijei
pensei que era a melhor forma
de te fazer parar de chorar.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
um pote sagrado é esvaziado
Perdôo o demônio para deleitar-me com Deus.
Perdôo a inveja para viver o amor.
Perdôo o egoísmo para estabelecer a compartilha.
constelação de nuvens brancas
o céu não é o mesmo.
um pote sagrado é esvaziado.
corpos apodrecidos são guardados pela terra.
três semanas antes que o fétido silencie.
dois meses e o perfume da flor renasce.
estrelas derramadas em lágrimas.
vaga sem estrelas nos olhos:
eis o ventre do cosmos, vazio.
a humanidade gera segundos.
respira o escuro dos olhos fechados
fonte eterna das estrelas
o sorriso das lágrimas
verte paraísos.
um pote sagrado é esvaziado.
perdôo "demônios"
por que me interessa "deuses".
perdôo a inveja por que me interessa o amor.
perdôo o egoísmo por que me interessa a compartilha.
perdôo o assassinato por que me interessa a eternidade.
perdôo a doença por que me interessa a felicidade.
perdôo os homens por que me interessa a humanidade.
perdôo as mulheres por que me interessa a plenitude.
perdôo o pecado, por que me interessa o prazer.
perdôo o natal por que me interessa o ano inteiro.
permita-me viver entre esses e longe daqueles.
Perdôo a inveja para viver o amor.
Perdôo o egoísmo para estabelecer a compartilha.
constelação de nuvens brancas
o céu não é o mesmo.
um pote sagrado é esvaziado.
corpos apodrecidos são guardados pela terra.
três semanas antes que o fétido silencie.
dois meses e o perfume da flor renasce.
estrelas derramadas em lágrimas.
vaga sem estrelas nos olhos:
eis o ventre do cosmos, vazio.
a humanidade gera segundos.
respira o escuro dos olhos fechados
fonte eterna das estrelas
o sorriso das lágrimas
verte paraísos.
um pote sagrado é esvaziado.
perdôo "demônios"
por que me interessa "deuses".
perdôo a inveja por que me interessa o amor.
perdôo o egoísmo por que me interessa a compartilha.
perdôo o assassinato por que me interessa a eternidade.
perdôo a doença por que me interessa a felicidade.
perdôo os homens por que me interessa a humanidade.
perdôo as mulheres por que me interessa a plenitude.
perdôo o pecado, por que me interessa o prazer.
perdôo o natal por que me interessa o ano inteiro.
permita-me viver entre esses e longe daqueles.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
pague e leve.
venha o vento, venha o mar. é tão bom sentir alguém devorar os meus limites. devora-me! cala a minha voz. silencia os meus sonhos como se não houvesse nada maior do que tu. é bom amar mergulhando na estreiteza, na pequenez desse amor humano. é bom entregar-me pra isso como isso fosse o meu (, o nosso?,) tamanho.
obviamente o limite explode quando se desajusta a imensidão numa certa noção de estreitamento. nesse caso, a morte é imprescindível. morre-se por que a fé definha ao primeiro titubeio da perfeição. morremos. e suposta, a perfeição titubeia por que se presume forma perfeita. e digo: não exista. perfeição é uma direção, um sentido. a forma é consequência. assim, todas as formas são perfeitas desde que concebidas na direção que as une às expectativas correspondentes. ultrapassemos as expectativas e sejamos perfeitas para além delas. invertemos a ordem, quem vem primeiro é o que ultrapassa as expectativas. as expectativas do mundo seguem-nos. elas vem depois. eis: a perfeição.
ora, que se não for eterno, se não for perfeito, será apenas: apenas. ainda que ser apenas seja o máximo do melhor possível. os teus gestos tremem.
amar é definitivamente ter nada. ausência absoluta de posse. por que a vida é assim, não se tem a vida como propriedade, ainda que uns exerçam certo controle sobre outros num jogo banalizável.
é-me permitido possuir. não me é permitido é ser possuída. como são coisas interdependentes, excluo a posse que não me pertence.
tendo nada, amar é definitivamente ter tudo. apropriar-se de tudo quase como se o eu não existisse diluído em todas as suas partes.
totalizada. nesse momento vem a vida em êxtase. mesmo que sua humanidade tenha um certo prazer pela miséria, pela fraqueza. voltam olhos aos rastejantes que representam sua própria miséria, pautando a falácia da distância entre estes e aqueles. os primeiros não são tão ruins, por que os outros são ainda piores. e se orgulham dos perfumes das economias dos laboratórios piratas de biotecnologia.
perfumes hipócritas no cangote da namorada apaixonada. que vai sofrer quando descobrir que não tem perfume, não tem paixão, não tem nada. amar é não ter nada. mas a felicidade dos que acreditam na sede é beber água. ela bebe, ele bebe, até o instante seguinte. necessidades são cíclicas. exaltadas, são permanentes.
ainda assim, nesse momento, vem a vida em êxtase. por que o êxtase é maior que a vida. em todos os momentos vem a vida em êxtase, ainda que teus olhos não vejam, a pele não sinta, a boca não confirme, os ouvidos não ouçam e o sexo não viva.
em todos os momentos a vida vem em êxtase!
essa vida em êxtase escolhi velejar. bons vinhos sul-americanos e sul-africanos, bons perfumes amazônicos, bons alimentos orgânicos, bela paisagem da Terra sem Mal, do Lago de Leite.
Profecias indígenas em minhas tranças rastafari e luzes nos cabelos castanhos.
Brincos de cristais, óculos da moda, escolhidos pelo balconista que sabe mais disso do que eu. roupas apresentáveis de algodão cru e milho guerreiro. surfo sobre as ondas do alvoroço de natal e ano novo. não mergulho nesse angú-de-caroço. divirto-me com a felicidade e com a decepção que assisto. fazer o quê?
navegar é preciso, não é preciso viver.
não tenho televisão e a internet já tem regurgitado tanta comida podre que essa gente engole!
respiremos. voltemos à antropologia. não como categoria, mas como amor e diversão.
velejo e escrevo. a vida é um êxtase e isso tem seu preço: pague e leve.
pago o amor perfeito-eterno com antropologia e música.
a poesia não me pertence. sou eu a própria poesia.
mais atenção ao que lhe desafia.
a negligência é imperdoável na física do mundo material.
respiremos, voltemos à antropologia. não como categoria, mas como amor e diversão.
obviamente o limite explode quando se desajusta a imensidão numa certa noção de estreitamento. nesse caso, a morte é imprescindível. morre-se por que a fé definha ao primeiro titubeio da perfeição. morremos. e suposta, a perfeição titubeia por que se presume forma perfeita. e digo: não exista. perfeição é uma direção, um sentido. a forma é consequência. assim, todas as formas são perfeitas desde que concebidas na direção que as une às expectativas correspondentes. ultrapassemos as expectativas e sejamos perfeitas para além delas. invertemos a ordem, quem vem primeiro é o que ultrapassa as expectativas. as expectativas do mundo seguem-nos. elas vem depois. eis: a perfeição.
ora, que se não for eterno, se não for perfeito, será apenas: apenas. ainda que ser apenas seja o máximo do melhor possível. os teus gestos tremem.
amar é definitivamente ter nada. ausência absoluta de posse. por que a vida é assim, não se tem a vida como propriedade, ainda que uns exerçam certo controle sobre outros num jogo banalizável.
é-me permitido possuir. não me é permitido é ser possuída. como são coisas interdependentes, excluo a posse que não me pertence.
tendo nada, amar é definitivamente ter tudo. apropriar-se de tudo quase como se o eu não existisse diluído em todas as suas partes.
totalizada. nesse momento vem a vida em êxtase. mesmo que sua humanidade tenha um certo prazer pela miséria, pela fraqueza. voltam olhos aos rastejantes que representam sua própria miséria, pautando a falácia da distância entre estes e aqueles. os primeiros não são tão ruins, por que os outros são ainda piores. e se orgulham dos perfumes das economias dos laboratórios piratas de biotecnologia.
perfumes hipócritas no cangote da namorada apaixonada. que vai sofrer quando descobrir que não tem perfume, não tem paixão, não tem nada. amar é não ter nada. mas a felicidade dos que acreditam na sede é beber água. ela bebe, ele bebe, até o instante seguinte. necessidades são cíclicas. exaltadas, são permanentes.
ainda assim, nesse momento, vem a vida em êxtase. por que o êxtase é maior que a vida. em todos os momentos vem a vida em êxtase, ainda que teus olhos não vejam, a pele não sinta, a boca não confirme, os ouvidos não ouçam e o sexo não viva.
em todos os momentos a vida vem em êxtase!
essa vida em êxtase escolhi velejar. bons vinhos sul-americanos e sul-africanos, bons perfumes amazônicos, bons alimentos orgânicos, bela paisagem da Terra sem Mal, do Lago de Leite.
Profecias indígenas em minhas tranças rastafari e luzes nos cabelos castanhos.
Brincos de cristais, óculos da moda, escolhidos pelo balconista que sabe mais disso do que eu. roupas apresentáveis de algodão cru e milho guerreiro. surfo sobre as ondas do alvoroço de natal e ano novo. não mergulho nesse angú-de-caroço. divirto-me com a felicidade e com a decepção que assisto. fazer o quê?
navegar é preciso, não é preciso viver.
não tenho televisão e a internet já tem regurgitado tanta comida podre que essa gente engole!
respiremos. voltemos à antropologia. não como categoria, mas como amor e diversão.
velejo e escrevo. a vida é um êxtase e isso tem seu preço: pague e leve.
pago o amor perfeito-eterno com antropologia e música.
a poesia não me pertence. sou eu a própria poesia.
mais atenção ao que lhe desafia.
a negligência é imperdoável na física do mundo material.
respiremos, voltemos à antropologia. não como categoria, mas como amor e diversão.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
o preço da liberdade dos beija-flores é morrer lançando o corpo contra as grades. não se tem nem o pássaro livre, nem o pássaro preso. espero que eu seja poupada pela morte dos que não suportaram viver aprisionados. e os honrarei em cada instante que puder lançar meu corpo em vôo livre como me ensinam eles.
poesia só serve se fizer alguém acreditar no que se diz. a minha parte é anunciar uma certa plenitude e felicidade para a vida humana.
pode ser difícil convencer alguém de que é possível a plenitudade e a felicidade humanas, mas considero que tenho a meu favor a fatalidade da morte.
Paz Doris! Pra vc.
poesia só serve se fizer alguém acreditar no que se diz. a minha parte é anunciar uma certa plenitude e felicidade para a vida humana.
pode ser difícil convencer alguém de que é possível a plenitudade e a felicidade humanas, mas considero que tenho a meu favor a fatalidade da morte.
Paz Doris! Pra vc.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
mergulho profundo e brusco na realidade sem ti.
estou fazendo o dia nascer
para a humanidade inteira.
quando a luz estiver toda no céu do dia
e a humidade da noite na areia se acabar
vou ter contigo.
me aconchega em teus braços
preciso dormir, acordei tão cedo.
no meio da manhã faz o que falta da minha noite inteira.
estou fazendo o dia nascer
para a humanidade inteira.
quando a luz estiver toda no céu do dia
e a humidade da noite na areia se acabar
vou ter contigo.
me aconchega em teus braços
preciso dormir, acordei tão cedo.
no meio da manhã faz o que falta da minha noite inteira.
benzimento
vais arrancar algo de mim?
leva as pedras de qualquer medo que eu tenha de ser roubada de mim.
estas já são tuas.
leva as pedras de qualquer medo que eu tenha de ser roubada de mim.
estas já são tuas.
transgenerosidades.
quer compreender o espírito, toca a minha pele
que acessar a inteligência, beija minha boca
quer dar a luz à deuses, tem prazer comigo.
crase e transgenerosidade,
plurais por que singulares
que acessar a inteligência, beija minha boca
quer dar a luz à deuses, tem prazer comigo.
crase e transgenerosidade,
plurais por que singulares
ora, quantas vezes já disse que vou te amar pra sempre.
somos iguais a toda gente.
somos em tudo diferentes.
corria exausto com medo de que o poema fosse roubada.
quem dera fosse escondida por dentro da blusa,
no bolso
no fecho entreaberta
da bolsa.
sairia do recinto
uma intruso ventania
às pressas sutis
quase imperceptíveis.
leva meu poema roubada
ladra minha ladrão
lava minha coração.
somos iguais a toda gente.
somos em tudo diferentes.
corria exausto com medo de que o poema fosse roubada.
quem dera fosse escondida por dentro da blusa,
no bolso
no fecho entreaberta
da bolsa.
sairia do recinto
uma intruso ventania
às pressas sutis
quase imperceptíveis.
leva meu poema roubada
ladra minha ladrão
lava minha coração.
domingo, 19 de dezembro de 2010
adriano, jake, marcelo, sabrina, ricardo
cinco em Nhandewa inicia o incontável, ou desnecessário contar= a partir daí todo o acréscimo é muitos! cinco, e para mais que cinco, não é númeral. Muitos, muitos, poucos, tudo, nada, preenche a idéi...a de quem sente na intensidade de quem fala. Meu amor é cinco!
cinco em Nhandewa inicia o incontável, ou desnecessário contar= a partir daí todo o acréscimo é muitos! cinco, e para mais que cinco, não é númeral. Muitos, muitos, poucos, tudo, nada, preenche a idéi...a de quem sente na intensidade de quem fala. Meu amor é cinco!
sábado, 18 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
apologias do amor eterno
ressucitou na terça-feira
ainda que na sexta-feira
julgasse ter morrido
*
está no céu
hoje é quarta
na Terra sem Mal
chegará no domingo.
chocolate, cupuaçu
e caldo-de-cana
manga, tapioca
adoro jabuticaba.
*
ainda que na sexta-feira
julgasse ter morrido
*
está no céu
hoje é quarta
na Terra sem Mal
chegará no domingo.
chocolate, cupuaçu
e caldo-de-cana
manga, tapioca
adoro jabuticaba.
*
estou pronta pra viver
estou pronta pra te receber
estou pronta pra te amparar
estou pronta pra quando tu chegares aqui
estou pronta pra deixar de ser em mim pelo teu prazer
estou pronta pra continuar em mim também pelo teu prazer
estou pronta pra rir do teu modo de ser
estou pronta pra te fazer rir de mim
estou pronta pra me exaltar
estou pronta pra viver
estou pronta pra amar
estou pronta pra eternizar.
estou pronta pra te receber
estou pronta pra te amparar
estou pronta pra quando tu chegares aqui
estou pronta pra deixar de ser em mim pelo teu prazer
estou pronta pra continuar em mim também pelo teu prazer
estou pronta pra rir do teu modo de ser
estou pronta pra te fazer rir de mim
estou pronta pra me exaltar
estou pronta pra viver
estou pronta pra amar
estou pronta pra eternizar.
muito antes que nossos nomes fossem pronunciados, havia um destino compondo a possibilidade do encontro. desde os tempos mais remotos.
no tempo ainda não tão recente, consigo ver os vestígios da tua presença. algumas décadas antes de nascermos.
quanto mais recente o tempo, mais próxima a forma como aconteceria se manifestava:
uma beleza transcendente, um encantamento de trovões, luzes da noite aos sóis que nascem e se põem.
identifiquei a essência que cativa teu olfato e me tornei o hálito dos cheiros do teu desejo, a memória da areia molhada, a luz das imagens que te chamam, as palavras que te revelam em mim.
vem: aspirando o ar, a textura, a luz, a cor, o sentido que te traz em essência.
o que em ti deve vir, há muito já está aqui.
aprende a deslizar e voar sobre o mar. o vento, as marés e as luzes diversas do céu do tempo dos tempos sentem falta de ti.
*
no tempo ainda não tão recente, consigo ver os vestígios da tua presença. algumas décadas antes de nascermos.
quanto mais recente o tempo, mais próxima a forma como aconteceria se manifestava:
uma beleza transcendente, um encantamento de trovões, luzes da noite aos sóis que nascem e se põem.
identifiquei a essência que cativa teu olfato e me tornei o hálito dos cheiros do teu desejo, a memória da areia molhada, a luz das imagens que te chamam, as palavras que te revelam em mim.
vem: aspirando o ar, a textura, a luz, a cor, o sentido que te traz em essência.
o que em ti deve vir, há muito já está aqui.
aprende a deslizar e voar sobre o mar. o vento, as marés e as luzes diversas do céu do tempo dos tempos sentem falta de ti.
*
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
o medo é a primeira forma do desejo enjaulado se manifestar.
transforma
altera
muda
supera
vai além.
volta.
altera
muda
supera
vai além.
volta.
sou feita de desejá-la.
amplia em mim o trato da palavra dita
enrolo a língua como o som do novo acompanhamento
percuto o fôlego, suspiro com o nariz
tropeçar nela
e estar entre o chão e o seu equilíbrio
liberta poesia
liberta poesia
poesia, liberta!
dançar, dançar, dançar
essa que não tem limite
eu acompanho.
amplia em mim o trato da palavra dita
enrolo a língua como o som do novo acompanhamento
percuto o fôlego, suspiro com o nariz
tropeçar nela
e estar entre o chão e o seu equilíbrio
liberta poesia
liberta poesia
poesia, liberta!
dançar, dançar, dançar
essa que não tem limite
eu acompanho.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Madrepérola
Mãe minha, guarda-me em teu ventre de Madrepérola
até que todos os vestígios meus que me fizeram existir
e feriram desconfortavelmente tuas mucosas
sejam partejados de ti em mim.
seja eu luminosa,
prateada num corpo perfeitamente circular.
diâmetro estável
que conecta todos os extremos em sua ausência completa de ranhuras,
quero acariciar suas formas mais íntimas
e ser o corpo que merece te viver por dentro.
Tua pérola.
domingo, 12 de dezembro de 2010
Arte é Poder
refletir, pensar a arte, pensar, refletir a poesia é uma maneira de desconstituir a estética das políticas que investem na sedução da forma como estratégia de controle, exploração e dominação. não pensar a poesia é estancar os ruídos do mundo por que a revolução mais profunda é a estética. as referências para o exercício do direito, do dever e do preconceito são estéticas. as aparências não enganam. as violências simbólicas e físicas são estéticas. arte é poder.
sábado, 11 de dezembro de 2010
um dos Pajés com quem trabalho fala muito bem de Jesus, disse que se Jesus não tivesse morrido esse mundo já teria acabado. como ele morreu, então as coisas perduraram. mas, agora não tem jeito, esse Pajé já pediu para o mundo acabar. mas, ele não acredita no fim do mesmo jeito que "nós". acabar pra ele significa transformar.
brindemos à perfeição homossexual
*
Os muito héteros que me perdoem,
mas homossexualidade é fundamental.
é preciso qualquer coisa de reverso,
qualquer coisa de igual,
qualquer coisa de amor que cala a marca da diferença
mais evidente
que fala ao espelho, que é seu duplo
que tudo o que pode ser dito contra
também pode ser a favor.
é preciso qualquer coisa de cúmplice por natureza
por condição hormonal.
e abre seus olhos sensíveis pros "outros",
já não tão outros assim.
por que complementar
já não é mais coisa particular de um casal
o mundo é nosso complemento.
*
Obrigada Vinicius de Moraes. Enfim, nunca gostei tanto do que dizia o poema.
Os muito héteros que me perdoem,
mas homossexualidade é fundamental.
é preciso qualquer coisa de reverso,
qualquer coisa de igual,
qualquer coisa de amor que cala a marca da diferença
mais evidente
que fala ao espelho, que é seu duplo
que tudo o que pode ser dito contra
também pode ser a favor.
é preciso qualquer coisa de cúmplice por natureza
por condição hormonal.
e abre seus olhos sensíveis pros "outros",
já não tão outros assim.
por que complementar
já não é mais coisa particular de um casal
o mundo é nosso complemento.
*
Obrigada Vinicius de Moraes. Enfim, nunca gostei tanto do que dizia o poema.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
o que temos a perder? esse é nosso preço: o valor de nossa moeda.
[...] qual é a fronteira entre o "eu" e o "outro"?
Se a paisagem não é bela, de certo que também não pode ser de todo feia.
Olha os detalhes, sugiro compaixão.
comovo.
é a mesma Terra que treme agora sob meus pés.
Quer saber?
PAZ.
Conjunção astral são ângulos que se formam entre astros no céu.
conjunção é quando se juntam, sempre pensei que fosse bom reunir.
o que temos a perder? esse é nosso preço: o valor de nossa moeda.
da estreiteza do caminho vale a mestria.
Se a paisagem não é bela, de certo que também não pode ser de todo feia.
Olha os detalhes, sugiro compaixão.
comovo.
é a mesma Terra que treme agora sob meus pés.
Quer saber?
PAZ.
Conjunção astral são ângulos que se formam entre astros no céu.
conjunção é quando se juntam, sempre pensei que fosse bom reunir.
o que temos a perder? esse é nosso preço: o valor de nossa moeda.
da estreiteza do caminho vale a mestria.
como se pudesse separar - pararia o tempo pararia o ar
Você pediu amor eterno
pra sempre
pra sempre
Eu, perfeito.
olha a cara que tem a gente.
Amor-perfeito é Eterno.
pra sempre
pra sempre
Eu, perfeito.
olha a cara que tem a gente.
Amor-perfeito é Eterno.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
corpo segundo. flagelado pela noção de divisão: reúne.
ORIENTAIS, ESTAMOS AO ORIENTE DE VOSSO CONTINENTE;
OCIDENTAIS, SOMOS OCIDENTE PARA VÓS.
Acompanhem o corpo que flagelado pela noção de divisão, reúne.
O que vem de vocês não poderá guiar em conjunto.
Cada um de vós sois apenas uma parte.
Ocidentais, Orientais
acompanhem-nos, vibrem à nossa voz,
dancem aos nossos sons,
sejam as cores que são nossas,
sejam em nós a beleza da humanidade
inteira, perfeita, completa em todas as suas partes.
NÓS SOMOS O ORIENTE DO ORIENTE,
NÓS SOMOS O OCIDENTE DO OCIDENTE.
OCIDENTAIS, SOMOS OCIDENTE PARA VÓS.
Acompanhem o corpo que flagelado pela noção de divisão, reúne.
O que vem de vocês não poderá guiar em conjunto.
Cada um de vós sois apenas uma parte.
Ocidentais, Orientais
acompanhem-nos, vibrem à nossa voz,
dancem aos nossos sons,
sejam as cores que são nossas,
sejam em nós a beleza da humanidade
inteira, perfeita, completa em todas as suas partes.
NÓS SOMOS O ORIENTE DO ORIENTE,
NÓS SOMOS O OCIDENTE DO OCIDENTE.
sábado, 4 de dezembro de 2010
a mulher que brota do teu coração
surgirá uma mulher aconchegada no teu peito
brotada do teu coração
surgirá uma mulher que se misture,
entre nos teus veios e vaze no teu corpo inteiro
será o amor de todas as mulheres visto em uma apenas
um instante na eternidade.
brotada do teu coração
surgirá uma mulher que se misture,
entre nos teus veios e vaze no teu corpo inteiro
será o amor de todas as mulheres visto em uma apenas
um instante na eternidade.
um sol doudorado por trás do verde do fundo das águas.
aprendendo a descer e subir, sentir calafrio no estômago com a queda.
apredendo a flutuar e submergir
um sol dourado por trás do verde do fundo das águas.
apredendo a flutuar e submergir
um sol dourado por trás do verde do fundo das águas.
Da origem, germinação e enraizamento do amor
_)_)_)_)_)_)_)_)_)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
é como se eu tivesse existido, mas não soubesse por que, ou como existiria.
daí existe
você que me dá nome, me dá cor, me dá vida, me dá ouvidos.
é teu o meu nome, é tua a minha cor, é tua a minha vida, são teus os meus ouvidos,
teu
é
meu
a-
mor.
)_)_)_)_)_)_)_)_)_)_)_)_))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
é como se eu tivesse existido, mas não soubesse por que, ou como existiria.
daí existe
você que me dá nome, me dá cor, me dá vida, me dá ouvidos.
é teu o meu nome, é tua a minha cor, é tua a minha vida, são teus os meus ouvidos,
teu
é
meu
a-
mor.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
primeiro corpo. flagelado pela noção de divisão: reúne.
*
sigo a "minha" palavra
o "meu" caminho
o "meu" destino
as mulheres e os homens são todos iguais.
e se eu não for igual,
não poderei ser diferente.
o que pode significar ser "nada".
*
sigo a "minha" palavra
o "meu" caminho
o "meu" destino
as mulheres e os homens são todos iguais.
e se eu não for igual,
não poderei ser diferente.
o que pode significar ser "nada".
*
dos erros
me entreguei pros erros.
até que o mundo visse com sua cara insossa essa mulher frágil, magra, nua, pobre, feia, suja, irresoluta.
os erros são coletivos! não existem erros individuais.
os acertos, sim, podem ser individuais.
e isso já é um erro.
até que o mundo visse com sua cara insossa essa mulher frágil, magra, nua, pobre, feia, suja, irresoluta.
os erros são coletivos! não existem erros individuais.
os acertos, sim, podem ser individuais.
e isso já é um erro.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
"pra sempre"
tremo diante do desconhecido
rio diante do desconhecido
choro diante do desconhecido
me engole desconhecido!
me engole inteira
que meu destino
é o que não imagino
como possa ser.
que prazer seja meu destino.
[rogo. rezo, peço, oro. é o que consigo fazer quando a dor me impõe seu pulso.]
tremo diante do desconhecido
rio diante do desconhecido
choro diante do desconhecido
me engole desconhecido!
me engole inteira
que meu destino
é o que não imagino
como possa ser.
que prazer seja meu destino.
[rogo. rezo, peço, oro. é o que consigo fazer quando a dor me impõe seu pulso.]
anjo
meu coração em pedaços.
encerra essa bomba nas mãos
deixa que exploda entre teus dedos de aço.
desarma isso.
desconecta os fios explosivos.
verde, rosa, amarelo, preto.
qual será o que me dá o direito de continuar sem dor?
vou virar um foguete, colocar essas bombas embaixo dos pés
e num impulso único atravessar a atmosfera sem asas.
gravito
preciso me transformar em anjo.
sim, me transformo agora em anjo de corpo humano.
essa é a outra parte do poema.
encerra essa bomba nas mãos
deixa que exploda entre teus dedos de aço.
desarma isso.
desconecta os fios explosivos.
verde, rosa, amarelo, preto.
qual será o que me dá o direito de continuar sem dor?
vou virar um foguete, colocar essas bombas embaixo dos pés
e num impulso único atravessar a atmosfera sem asas.
gravito
preciso me transformar em anjo.
sim, me transformo agora em anjo de corpo humano.
essa é a outra parte do poema.
do avesso
quero ser a bailarina que dança semi-nua com voz de menino
rebola o dorso nas tuas mãos
quero ser livre no meu desatino desconfigurado
do tempo, do sexo, da cor
quero inverter teus passos másculos
te cobrir do avesso
pelo direito de te expulsar de mim.
o barco está atracado,
volta.
rebola o dorso nas tuas mãos
quero ser livre no meu desatino desconfigurado
do tempo, do sexo, da cor
quero inverter teus passos másculos
te cobrir do avesso
pelo direito de te expulsar de mim.
o barco está atracado,
volta.
asas de borboletas desfilam sobre as flores serenas diante do abismo.
perdoemos as culpas!
chuva forte vem lavar o mal cheiro das poças de sangue e urina
lava a podridão das ruas
e a solidão do fedor dos mendigos
asas de borboletas desfilam sobre as flores serenas diante do abismo.
chuva forte vem lavar o mal cheiro das poças de sangue e urina
lava a podridão das ruas
e a solidão do fedor dos mendigos
asas de borboletas desfilam sobre as flores serenas diante do abismo.
porque me chamaste se não virias?
agora sou o ar
o ar inerte
sou a existência
impossível
absurda
agora morro
e renasço
não posso colocar ponto final em mim
nem posso abrir uma nova frase
há de aparecer outro deus, outra deusa
a criação de mim mesma não me pertence
pelo menos, não me é exclusiva
o pouco que me cabe é continuar
transitando sem forças nos braços
morimbunda como tu me deixaste
sem teu tempo, sem teu corpo, sem teu momento.
sem tua continuidade.
porque me chamaste se não virias?
o ar inerte
sou a existência
impossível
absurda
agora morro
e renasço
não posso colocar ponto final em mim
nem posso abrir uma nova frase
há de aparecer outro deus, outra deusa
a criação de mim mesma não me pertence
pelo menos, não me é exclusiva
o pouco que me cabe é continuar
transitando sem forças nos braços
morimbunda como tu me deixaste
sem teu tempo, sem teu corpo, sem teu momento.
sem tua continuidade.
porque me chamaste se não virias?
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
como foi que eu cheguei aqui?
a minha dor é a mais verdadeira que existe
não pestaneja, não engasga, não desafia
a minha dor nasceu de madrugada aos meus pés
a tua cabeça sob a luz da espada, aos meus pés
quem me recolheu de ti? pra onde foi que eu fugi?
pra onde foi, que eu não vi como foi que eu cheguei aqui.
não pestaneja, não engasga, não desafia
a minha dor nasceu de madrugada aos meus pés
a tua cabeça sob a luz da espada, aos meus pés
quem me recolheu de ti? pra onde foi que eu fugi?
pra onde foi, que eu não vi como foi que eu cheguei aqui.
não tem palavra que a diga
abaixo a poesia
viva a vida.
a minha flor não tem nome
não tem palavra que a diga.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
entrar e sair de mim
a liberdade distende meus músculos, gosto de voar no céu escuro. gosto de ver a noite chegar e se ir. por amor aprendi a respirar, a entrar e sair de dentro de mim, entrar e sair de mim com o ar.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Terra dos Tupinambá
tu vais ouvir o pá, pá, pá, pá
do fuzil ecoar
toda vez que por lá passar.
pode mudar de lugar
pode fugir dessa terra
não vai adiantar
isso te seguirá por todo lugar
enquanto a dor que tu provocaste
fisgar no coração da terra
de uma única mulher
de um único homem
que lembrar e entristecer
com a tua guerra
na Terra dos Tupinambá,
tu vais te acabar de tanto chorar.
do fuzil ecoar
toda vez que por lá passar.
pode mudar de lugar
pode fugir dessa terra
não vai adiantar
isso te seguirá por todo lugar
enquanto a dor que tu provocaste
fisgar no coração da terra
de uma única mulher
de um único homem
que lembrar e entristecer
com a tua guerra
na Terra dos Tupinambá,
tu vais te acabar de tanto chorar.
rio fantasma
lavaram o rio de sangue
agora não tem mais água limpa pra beber
e a dor,
a dor não finda da noite pro dia
não adianta escrever poesia
não adianta botar um samba no rádio
não adianta dizer que torce pela mangueira
não adianta tentar disfarçar a culpa
agora a coisa vai piorar
vai piorar
vai piorar
fantasmas vão ressucitar
reza, reza, reza rio
cidade que arrasta correntes e fuzis fantasmas
mendigos, meninas, meninos, assassinos fantasmas
doentes, criminosos, diabos do primeiro pelotão
arrastem, arrastem seus tridentes
diabos não mentem quando enlouquecem.
agora não tem mais água limpa pra beber
e a dor,
a dor não finda da noite pro dia
não adianta escrever poesia
não adianta botar um samba no rádio
não adianta dizer que torce pela mangueira
não adianta tentar disfarçar a culpa
agora a coisa vai piorar
vai piorar
vai piorar
fantasmas vão ressucitar
reza, reza, reza rio
cidade que arrasta correntes e fuzis fantasmas
mendigos, meninas, meninos, assassinos fantasmas
doentes, criminosos, diabos do primeiro pelotão
arrastem, arrastem seus tridentes
diabos não mentem quando enlouquecem.
perfeita - mulher
querida, eu quero a mulher perfeita
lembra, por um instante,
que pode não ser você.
lembra, por um instante,
que pode não ser você.
rio pra quem sabe navegar - no mar
vou tomar de ti tudo o que você deveria ter me dado e não me deu
e vou tomar de volta o que é meu você levou e não devolveu
acabou a festa
oriento o curso do meu rio pra quem sabe navegar no mar.
e vou tomar de volta o que é meu você levou e não devolveu
acabou a festa
oriento o curso do meu rio pra quem sabe navegar no mar.
sábado, 27 de novembro de 2010
amar é preciso
viver não
entramos no século XXI
e a foto na tela do computador
é tão bonita
como a que maiakowski cantou
olha as duas dezenas de pétalas de rosas amarelas
olha as oferendas que a rainha do mar dá pra elas
olha que a linha de alcance não sabe chegar
olha que a linha do mar é a linha do mar
viver não
entramos no século XXI
e a foto na tela do computador
é tão bonita
como a que maiakowski cantou
olha as duas dezenas de pétalas de rosas amarelas
olha as oferendas que a rainha do mar dá pra elas
olha que a linha de alcance não sabe chegar
olha que a linha do mar é a linha do mar
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
triste doce rosto que produz violência
aprendi a admirar a estupidez gradativamente se revelando no que se diz e em quem diz o que é dito. no que se faz e em quem faz o que é feito. as janelas melhor decoradas tem trazido esse deleite. e eu, teria a escolha de fechar o acesso. abriria outros acessos, mais imediatamente importantes, talvez. mas sei que estando ou não a merda da estupidez continua.
minha presença descontínua evoca: mete a mão na merda, cutuca pra sair mais. quem sabe alivia, quem sabe acaba, quem sabe muda o cheiro!
e um doce rosto de menino fala o que eu não suportaria ouvir. e eu olho pro triste doce rosto que produz violência quase sem saber o que diz, ou quase sem saber que se notaria o que é violentamente dito, excluído, limado, reduzido, pre-conceituado. e ouço. ouço. ouço.
o que fazer com a estupidez quando ela parece com face de criança? espero que não se desenvolva.
minha presença descontínua evoca: mete a mão na merda, cutuca pra sair mais. quem sabe alivia, quem sabe acaba, quem sabe muda o cheiro!
e um doce rosto de menino fala o que eu não suportaria ouvir. e eu olho pro triste doce rosto que produz violência quase sem saber o que diz, ou quase sem saber que se notaria o que é violentamente dito, excluído, limado, reduzido, pre-conceituado. e ouço. ouço. ouço.
o que fazer com a estupidez quando ela parece com face de criança? espero que não se desenvolva.
GUERRILHA NO RIO
nessas horas que a gente consegue compreender por que umas pessoas são infelizes e outras conseguem manter um sorriso no brilho dos olhos mesmo em meio às turbulências.
de que lado estamos?, que jogo estamos fazendo?. que tipo de diálogo está sendo proposto enquanto a tv divulga a imagem do "mal" como se fosse uma circunstancia?
choro. por que quem está do meu lado ama bem menos do que eu imaginava. choro por que me sinto cercada de hipocrisia e corrupção. covardia, desumanidade, egoísmo e desamor.
de que lado estamos?, que jogo estamos fazendo?. que tipo de diálogo está sendo proposto enquanto a tv divulga a imagem do "mal" como se fosse uma circunstancia?
choro. por que quem está do meu lado ama bem menos do que eu imaginava. choro por que me sinto cercada de hipocrisia e corrupção. covardia, desumanidade, egoísmo e desamor.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
oscila quem não reconhece sua própria força. suas possibilidades de acerto e negociação. um país não é um partido político. os poderes estão divididos desde a composição do senado. maturidade. sem anunciações apocalípticas ou paradisíacas. erramos quando não sabemos o que fazer com o que está ao nosso alcance.
domingo, 21 de novembro de 2010
como um inglês que vive em paris
precisei conhecer profundamente a heterossexualidade e os homens
como um Yanomami precisa dominar a língua portuguesa
e um inglês que vive em paris deve saber francês.
como um Yanomami precisa dominar a língua portuguesa
e um inglês que vive em paris deve saber francês.
[pra ficar no mural - desconexões]
Bastou que tu quisesse isso.
Confesso o explícito: da minha parte sempre tive.
Então, uma chave:
me protejo de não ter o que não tenho. coisas de gente frágil.
Confesso o explícito: da minha parte sempre tive.
Então, uma chave:
me protejo de não ter o que não tenho. coisas de gente frágil.
o segredo
palavras se formam por trás das portas abertas
o que está atrás da porta é o segredo
que se abre quando a porta fecha.
pra conhecê-lo
é preciso estar do lado de dentro.
o que está atrás da porta é o segredo
que se abre quando a porta fecha.
pra conhecê-lo
é preciso estar do lado de dentro.
sábado, 20 de novembro de 2010
Entrego-me pra Morte da Poesia no Altar do Meu Amor.
Amo mulheres e homens, amo sonhos e amores. amo o amor que em mim me ama. Amo. Poesia é contingência. poetas são mais uma categoria social. não me diz nada antes que o engano da palavra traia a estupidez da fé delimitada.
Se a tal poesia responde ao amor, se a tal poeta responde ao amor, exalto, reverencio o amor. Isso pode parecer confuso, e o Amor pode parecer que é a encarnação das categorias, poeta e poesia. Mas, não é não. Estamos a uma certa distância disso. a palavra bonita é um bom ofício, a palavra que comunica pode servir de guia. Mas só pode servir, não poderá ser servida enquanto o coração do ego-humano trair o Amor.
Me entrego pra morte da poesia no altar do amor, ou melhor: do meu amor. E posso te parecer pequena. É assim mesmo, a minha presença é pequena: Entrego-me pra morte da poesia no altar do meu amor.
Se a tal poesia responde ao amor, se a tal poeta responde ao amor, exalto, reverencio o amor. Isso pode parecer confuso, e o Amor pode parecer que é a encarnação das categorias, poeta e poesia. Mas, não é não. Estamos a uma certa distância disso. a palavra bonita é um bom ofício, a palavra que comunica pode servir de guia. Mas só pode servir, não poderá ser servida enquanto o coração do ego-humano trair o Amor.
Me entrego pra morte da poesia no altar do amor, ou melhor: do meu amor. E posso te parecer pequena. É assim mesmo, a minha presença é pequena: Entrego-me pra morte da poesia no altar do meu amor.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Samurai
A vontade de realizar deve ser protegida como a seda ainda em fios.
Rígida como a lâmina de aço. Não há negociação.
Não quebra o aço, não entorta o diamante, não segura a eletricidade correndo em fio de ouro. Do mesmo modo o fim eu não abraço.
Morro antes que o fim toque os planos que fiz para depois de amanhã.
E se não houver mais o que morrer em mim: me mato.
Pois, que se cumpra em mim a vida que me deve Ser.
Cumpro o meu Dever.
Samurai.
Rígida como a lâmina de aço. Não há negociação.
Não quebra o aço, não entorta o diamante, não segura a eletricidade correndo em fio de ouro. Do mesmo modo o fim eu não abraço.
Morro antes que o fim toque os planos que fiz para depois de amanhã.
E se não houver mais o que morrer em mim: me mato.
Pois, que se cumpra em mim a vida que me deve Ser.
Cumpro o meu Dever.
Samurai.
vazia aquela ama, ama aquela vive, vive aquela cria. E isso, atenção: é vida. Não é poesia.
poetas mentem.
poetas são idiotas.
poetas querem carro importado.
poetas não olham pra quem está ao lado.
poetas manipulam informações.
poetas traem.
poetas cultuam o medo.
poetas perdem a paz.
poetas bajulam ditadores.
poetas exaltam a guerra.
poetas e o mundo repleto de merda.
poetas se orgulham de um nome.
poetas medem as palavras.
poetas calculam seus passos.
poetas covardes.
poetas oportunistas.
poetas batem em crianças.
poetas violentam pessoas.
poetas geram falsidade.
poetas covardes.
Abaixo a poesia viva a VIDA!
poetas são idiotas.
poetas querem carro importado.
poetas não olham pra quem está ao lado.
poetas manipulam informações.
poetas traem.
poetas cultuam o medo.
poetas perdem a paz.
poetas bajulam ditadores.
poetas exaltam a guerra.
poetas e o mundo repleto de merda.
poetas se orgulham de um nome.
poetas medem as palavras.
poetas calculam seus passos.
poetas covardes.
poetas oportunistas.
poetas batem em crianças.
poetas violentam pessoas.
poetas geram falsidade.
poetas covardes.
Abaixo a poesia viva a VIDA!
A poesia fascista de Nero e de Marinette até o dia de hoje, ainda fede essa tal poesia.
Morte à poesia!:
"Há vinte e sete anos, nós futuristas contestamos a afirmação de que a guerra é antiestética... Por isso, dizemos.a guerra é
bela, porque graças às máscaras de gás, aos megafones assustadores, aos lança-chamas e aos tanques,
funda a supremacia do homem sobre a máquina subjugara. A guerra é bela, porque inaugura a metalização
onífica do corpo humano. A guerra é bela, porque enriquece um prado florido com as orquídeas de fogo das
metralhadoras. A guerra é bela, porque conjuga numa sinfonia os tiros de fuzil, os canhoneios, as pausas entre
duas batalhas, os perfumes e os odores de decomposição. A guerra é bela, porque cria novas arquiteturas,
como a dos tanques, dos esquadrões aéreos em formação geométrica, das espirais de fumaça pairando sobre
aldeias incendiá-Ias, e muitas outras. Poetas e artistas do futurismo ... lembrai-vos desses princípios de uma
estética da guerra, para que eles iluminem vossa luta por uma nova poesia e uma nova escultural".
Abaixo a poesia, viva a vidA
o cristo engoliu as bombas que iam explodir o mundo e deixou seu corpo fragmentado entre nuvens naquela tarde vermelha.
a dança entre o significado e a forma, pra mim, é a poesia. as flores morrem e nascem silenciosas de palavras. a poesia pode ser o desejo de alguém se tornar uma flor, mas pra ser uma flor é preciso morrer como poesia.
não escrevo poesia, pela poesia, em si como uma ilha, vazia da existência em volta.
"abaixo a arte, viva a vida!"
Abaixo a poeisa, viva a vida!
se suportarmos isso, talvez tenhamos algumas chance de nos transformarmos em flor. Abaixo a poesia, viva a vidA!
a dança entre o significado e a forma, pra mim, é a poesia. as flores morrem e nascem silenciosas de palavras. a poesia pode ser o desejo de alguém se tornar uma flor, mas pra ser uma flor é preciso morrer como poesia.
não escrevo poesia, pela poesia, em si como uma ilha, vazia da existência em volta.
"abaixo a arte, viva a vida!"
Abaixo a poeisa, viva a vida!
se suportarmos isso, talvez tenhamos algumas chance de nos transformarmos em flor. Abaixo a poesia, viva a vidA!
Negros, índios, viados, putas, machudas, aleijados, bêbados, viciados, tortos, escarrados: Nós temos o conhecimento, nós sabemos o que fazer. a nossa boca calada por tanto tempo. agora eles precisam ouvir o que nós temos a dizer. eles não sabem o que fazer. Nosso Saber Nosso Lugar de Poder!
O centro não é mais o centro, por deslocamento do mundo, nós temos o conhecimento!
O centro não é mais o centro, por deslocamento do mundo, nós temos o conhecimento!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
"o ingênuo não tem armas, confia."
os espertos é que são burros.
e o coração não é arma, é inspiração.
quando não se tem amor, distância.
é assim.
um caso como esse,
se tem amor, então não tem coração.
se não tem, então tá mentindo pra ele.
não existem espertos e ingênuos no coração
no coração existe sabedoria.
os espertos é que são burros.
e o coração não é arma, é inspiração.
quando não se tem amor, distância.
é assim.
um caso como esse,
se tem amor, então não tem coração.
se não tem, então tá mentindo pra ele.
não existem espertos e ingênuos no coração
no coração existe sabedoria.
estive com seus sonhos
jejuei três tardes
orei três manhã inteiras
e à noite entreguei meu corpo ao frio
ventre de água e pedras
me protegeu
eu quiz seu corpo santo de amor e paz
eu quiz que de amor vivesse mais
segura o sol na linha do horizonte
segura
segura mais um instante
seu ser há de eternizar em mim
o sol poderá morrer
mas esse homem,
esse homem deve permanecer vivo
pra sempre
a lembrança
branca, abraça
jejuei três tardes
orei três manhã inteiras
e à noite entreguei meu corpo ao frio
ventre de água e pedras
me protegeu
eu quiz seu corpo santo de amor e paz
eu quiz que de amor vivesse mais
segura o sol na linha do horizonte
segura
segura mais um instante
seu ser há de eternizar em mim
o sol poderá morrer
mas esse homem,
esse homem deve permanecer vivo
pra sempre
a lembrança
branca, abraça
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
se disse quero, então não quero: sou. caso contrário, pra que querer? só tenho o que quero se sou. então, sou. decido ser. parece pretencioso. mas não é isso. é que não tem outro jeito de dizer. não tem outro jeito de ser, de viver assim. "só sei que é assim". shakespeare de bambu: Sou o êxtase sem riscos!!!
domingo, 14 de novembro de 2010
então, vamos morrer novamente? quantas vezes será preciso essa nossa morte assistida? a morte já anda me caindo bem. não sei até quando, mas já não estranho. e não posso pensar muito nela, apenas morrer, e morrer, e morrer de novo. e não pensar que tem fim. não pensar que tem fim. não pensar que tem fim. porque se continuar, já esperava por isso. se acabar, dizem que um dia acaba, daí eu serei feliz. mas não posso dizer que pra sempre, apenas serei feliz, e feliz, e feliz. e vou esquecer a que morte existe. e não pensar que a felicidade tem fim. não pensar que tem fim. não pensar que tem fim. por que se continuar eu já espera por isso. ser feliz, eternamente feliz. e não ter mais nada, afinada com a felicidade intocável que levita dentro dos olhos.
"napëpë"
"inimiga" chamava pela fresta da porta da casa da funai. voz doce, quase bebê. deixei que me matasse com lanças feitas de capim, com punhados de terra e com a luz da lanterna focada em meu peito. a força de sua luz há de extinguir pra sempre todos os napëpë que existem. suas lágrimas de medo transformaram-se em risos da palhaça que fingia morrer pra ver o menino-bebê sorrir.
acho que nos apaixonamos.
"inimiga" chamava pela fresta da porta da casa da funai. voz doce, quase bebê. deixei que me matasse com lanças feitas de capim, com punhados de terra e com a luz da lanterna focada em meu peito. a força de sua luz há de extinguir pra sempre todos os napëpë que existem. suas lágrimas de medo transformaram-se em risos da palhaça que fingia morrer pra ver o menino-bebê sorrir.
acho que nos apaixonamos.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
estou tocando a indivisibilidade do instante. estive com o desconhecido semana passada. eu sei que todo o instante é desconhecido, mas teimo em encaixar certas previsibilidades. encaixoto o previsível.
agora, cada vez mais desconhecido reconheço o instante. e o desconhecido bate à minha porta. o som de seus ossos percutindo na madeira, acolchoados pela carne, retumba nos vãos da casa de paredes arrancadas.
agora, cada vez mais desconhecido reconheço o instante. e o desconhecido bate à minha porta. o som de seus ossos percutindo na madeira, acolchoados pela carne, retumba nos vãos da casa de paredes arrancadas.
o mal do mundo não é o fim do mundo
Falo praquela mulher o que ela não é capaz de dizer. E ela acha isso impressionante. Eu, penso que ela mente. Mente por que quer esconder o tamanho da estupidez dela. Afinal, ela sabe melhor do que eu o quê dizer. Se sabe, porque diz achar impressionante eu saber? Ora, não somos as únicas e eu não sou a segunda pessoa a saber. Aquela mulher é idiota. Aprendi a me divertir com a estupidez.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Ela copulou em minhas mãos por duas vezes.
Na primeira me tomou de surpresa, nem imaginava que aquilo seria possível.
Deslizava os dedos na concha de minha mão. Puxei pra mim sua presença.
Ela volta. E senta. E permanece retida em mim.
Não posso descrever o que acontece com meu fôlego:
espasmo. Abre-se minha mão e solto seus dedos.
Solto meu corpo, meus pensamentos.
Não há o que dizer, não há o que supor, imaginar.
Extasio.
Percorro o tempo da noite entorpecida pelo sentido daquilo.
Solto meus presentes secretos
Solto meu desejo, meu amor
Bebo todas as taças, venenos e serpentes.
A louça vazia sobre a mesa,
o sol erguendo sua luz dourada no horizonte.
O tempo não me espera mais.
Deixo você pra trás
com os olhos que o tempo faz quando foge de mim.
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