lavaram o rio de sangue
agora não tem mais água limpa pra beber
e a dor,
a dor não finda da noite pro dia
não adianta escrever poesia
não adianta botar um samba no rádio
não adianta dizer que torce pela mangueira
não adianta tentar disfarçar a culpa
agora a coisa vai piorar
vai piorar
vai piorar
fantasmas vão ressucitar
reza, reza, reza rio
cidade que arrasta correntes e fuzis fantasmas
mendigos, meninas, meninos, assassinos fantasmas
doentes, criminosos, diabos do primeiro pelotão
arrastem, arrastem seus tridentes
diabos não mentem quando enlouquecem.
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