abaixo a poesia. Viva a Vida.
ORIENTAIS, ESTAMOS AO ORIENTE DO ORIENTE.
OCIDENTAIS, ESTAMOS AO OCIDENTE DO OCIDENTE.
SOMOS NÓS O ORIENTE DO ORIENTE,
SOMOS NÓS O OCIDENTE DO OCIDENTE,

Nada de vós poderá nos guiar.

Diziam os profetas antigos, repetem os contemporâneos e os medievais: “Poetas, poetas! Cantar o mar é ser poeta, viver é ser marinheiro.”. Agora, poetas, poetas, vedes: marinheiros sois.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

AM



Alto Rio Negro, Santa Isabel, Manaus,
Parintins, Santarém, Belém, Brasil!
Amazonas, amores, é assim:
de lá pra cá, tudo foge de mim.
Eu vi a tristeza de não conhecer o mar.
não que o mar fosse tão bom,
mas levaram meu amor para o mar.

eu vou lá, eu vou lá meu amor buscar.

respiro. areia e vento.


céu bonito, nublado. respiro a canção de areia e vento.


dunas das redeiras.
mulher do lugar. 

maçãs caramelizadas


o amor,
no caminho entre tua boca e a prateleira, distraída
incorpore as asas do desejo
que nos fiz devorar, no café, as maçãs caramelizadas para o jantar.


sábado, 1 de outubro de 2011

coração de pessoa gandhi.


unindo Pessoa com o coração dessa pessoa:
tudo vale a pena, quando a alma é Gandhi!

adeus é expirar. até o dia em que o sol vinha e a noite permanecia.


adeus é expirar. 
expirou a noite pra fora de si 
enquanto o sol aumentava de volume entrando seu corpo.
difusão de feixes vermelhos, amarelos, dourados. 
até o dia em que o sol vinha e a noite permanecia.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sociedades utópicas

somos descendentes de sociedades só comparáveis às sociedades apontadas como "utópicas" pelos mais incrédulos da antropologia feita até trinta anos atrás. sociedades com poderes políticos e econômicos descentralizados. sem lei, sem igreja, sem rei, sem estado (Pierre Clastres, A sociedade contra o estado). sociedades classificadas pela ecologia como sustentáveis. sustentabilidade. é o que a humanidade inteira deseja. os habitantes ancestrais desse continente já exerciam esse poder. poder de viver e ter descendentes que possam acreditar na humanidade para sempre. somos descentes desses povos pela ascendência biológica, pelo "contágio" do modo de pensar e sentir que pulsa nesse lugar, entre essa gente. herdamos essa sensibilidade, essa ausência do desejo de manipular, de oprimir, de coagir, de torturar, de controlar. desejamos a paz de suas danças, o amor por suas paisagens, a reverência a suas colheitas, o desfrute da compartilha, a fertilidade de seus sonhos, a eternidade de seus destinos.
a vida social que alguns pensam ser utopia, para nós é a única realidade que desejamos. 

sábado, 24 de setembro de 2011

o mesmo tempo que me traz o verso.

tempo da morte.
o amor ama a própria morte.
por que sabe que amor não finda em si.
poesia.
é o que me consome. enquanto me extasia.

Bahia de amar e proteger, Bahia de Oxalá.

quis entender a Bahia, 
pedi pra saber. 
mas, nada de conseguir entender. 
daí pedi de novo, e de novo, e de novo. 
até que deus lamentou meu engano. 
quando deus lamentou meu engano, 
soube que é importante "não saber".
Bahia não é de compreender, é de amar e proteger. 

salve a Bahia e a gente desse lugar.

um objeto-poema!!!

isso não é um "outdoor", é uma instalação!

http://style.greenvana.com/2011/outdoor-causa-impacto-ao-destacar-o-meio-ambiente/

na década de 90 tínhamos muitos projetos de instalação que estabelecesse um diálogo entre quem aprecia o objeto e o objeto em si. instalações a serem feitas com poemas em vários pontos da cidade de Curitiba. também trabalhei com grafites com máscaras para pintar poesia nos muros da cidade de Porto Alegre. nosso desejo era colocar poesia em outdoor, muitos poemas e ilustrações espalhados pela cidade!!! isso era um projeto. mas não tínhamos dinheiro. nessa caso, desse outdoor, o governo do Canadá está pagando. parabéns e obrigada! obrigada, Elza. vou publicar no meu mural.

homens e desejo

os homens são teus desejos
o que desejares que eles sejam, eles são.
mas, é preciso desejo.



ponto e desejo

o máximo de expressão no mínimo de forma. é um ponto. o máximo de expressão no mínimo de movimento é desejo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

FeS + CaO Þ CaS + FeO [dessulfurização]

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mulheres-di_amantes.
quatro carbonos.
do aço.

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terça-feira, 7 de junho de 2011


você sabe que eu estou partindo.
não há com o que se preocupar,
continuo sem saber o que será.
enquanto te amar, aviso.
mas, se o silêncio soprar,
não estarei pra dizer se volto.
e quando não quiser partir,
enquanto te amar, não aviso.
palavra: silencio na boca do desejo.
jake.

domingo, 5 de junho de 2011

ritmo da vida da gente

soemos como vozes
no andamento dos ventos.
as vezes lentas,
outras velozes,
outras breves
outras sem fim.

a vida ganha o ritmo que somos capazes de dar a ela.



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"se vc disser que eu desafino, amor."


*

sábado, 4 de junho de 2011

revelações.


o cansaço vence a vigília.
mas não desafia os sonhos.
sonho dormindo. sonho acordada.
tenho uma teoria pra quando os sonhos,
dormindo e em vigília, são os mesmos.
tenho uma teoria.
encontra comigo em sonho que eu te conto.

terça-feira, 31 de maio de 2011

"dentro do meu reino, sem rei, eu sou o fim e o início do mundo. sou a paz. sou o sorriso. a contemplação do paraíso. o desejo e o prazer encarnados juntos. sou a entrega e o beijo. sou amor. sou alimento e água que lava. sou o corpo que se banha. sou a janela aberta que espera a luz da manhã. sou o aconchego de nossos músculos. sou quase nada. nem sei ser. nem sei dizer que sou. voou a idéia no brilho dos meus olhos. eternos. sem explicar o que seria isso para os que se acreditam finitos." [se próximas, devorariam.]
"estou atrás de ti. volta e meia me sinto assim. dou um giro com os olhos e aguçado olfato atrás de uma sutileza que te revele. peso árduo sustentar nas pálpebras inferiores o ar gelado do sentido. parece que o frio nos faz mais encarnados. arrepio dos pés aos mamilos. o frio reduz quando em movimento. respiro o próximo momento a encontrar comigo." [estrelas calam por que estão distantes. se próximas, devorariam.]

quinta-feira, 28 de abril de 2011

do destino das águas

era vez uma história de um grande amor
que o sofrimento fez produzir uma imensidão de lágrimas.
era tanta lágrima que as gentes do lugar
pensaram que iam morrer de se afogar.
mas, por que o amor da gente nunca acaba,
a imensidão de lágrimas contornou a história.
o medo do afogamento acomodou as lágrimas
em fontes de rios, veios de água,
oceanos e mar.
águas servem para unir
o que se pensou separar.

felicidade é pra quem sabe amar.

perdemos a guerra.
conte suas moedas.
veja como estão os seus lucros.
sacuda os prejuízos pra baixo do tapete.
compra a miséria, compra!
felicidade você nunca poderá comprar.
felicidade é pra quem sabe amar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Deusa Ancestral Indígena.


meu coração é a fogueira acesa.
meu corpo é a rede estendida,
presa,
pronta pra te ancorar,
te embalar,
te sustentar no ar,
te confortar em mim. as vigas da xapona,
a palha trançada no teto,
as paredes,
a abertura pra trilha,
pra mata,
pra alma do entorno em nós,
é o céu do meu amor pelo Parima.
é o céu do meu amor.
Meu amor, és uma Deusa

Ancestral Indígena.

terça-feira, 5 de abril de 2011

desejos desconexos

quero namorar entre riscos
de computadores decodificados.
quero verter links
de amores conectados.
quero o teu prazer
vir a ser
em tempo e espaço simultâneos.
estou online
aos corpos das almas que desejo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

como uma valsa.


Aprendi a desenhar o som das palavras em teu corpo.
por isso canto enquanto deslizo os lábios em ti.

Sonhamos, ma bela:
note que a boca também degusta o sabor dos sonhos em nossas peles.
Desenha o amor em mim
como se descobrisse a primeira esquina de mata
onde se encontra um besouro e um grilo
fluorescendo nosso olhar


como uma valsa.

sem comentário

preza-se um certo prazer pelo sentido.
cisne.
talvez seja um argumento pela metade dividida ao meio
somada a quinta parte
multiplicada em um milhão.
essa dízima não tem explicação.
Por que o escuro incita ao amor? Por que no escuro me perco, por que no escuro, como uma citação daquelas de rádio AM em que se usa uma expressão repetida mil vezes e a cada vez um novo verbo [: "É preciso amar, é preciso sonhar, é preciso cantar aos passarinhos."]. No escuro me perco como na frase anterior é possível se perder,
um enunciado atravessa o outro no inesperado de colchetes, dois pontos, aspas. É uma citação do poema refrão da rádio.
As pontas dos meus dedos estão geladas. Os comerciais da rádio ajudam a escrever. Aprendi a atravessar a razão da linguagem: (:
o comercial.
[...] - [voltou a programação musical.
eu quase já não suportava escrever como se nada mais existisse.]).
Pode ser tudo bem melhor.

paisagem.

meus gatos também são felinos
também são felizes.
meus gatos também são felinos
também são felizes.
o dia que vier à tona a Vossa Poesia
Encatareis a Terra
e a Humanidade Inteira
Sabereis que o som da música
é o princípio e o fim da palavra.
nada que seja dito será sua escrava.
atravessa o seu sentido
e cala.
nós não mentimos,
criamos outras formas de vida.
abençoa
acredita
e vive,
comigo.

tudo nessa vida é uma declaração de amor.
Sou descendente de Ye'Pá.
Ye'Pá é a Criadora de Deus.
A Criadora de Pérolas que servem ofertadas.
- a dávida está no princípio da existência.
um momento próximo por explicar o Amor.

[escrever como se nada mais existisse]

Por que o escuro incita ao amor? Por que no escuro me perco, por que no escuro, como uma citação daquelas de rádio AM em que se usa uma expressão repetida mil vezes e a cada vez um novo verbo. No escuro me perco como na frase anterior é possível se perder,
uma imagem erra o fôlego outra.
As pontas dos meus dedos estão gelados. Os comerciais da rádio ajudam a escrever. Aprendi com a razão da linguagem: (:
o comercial.
[...] - [voltou a programação musical.
eu quase já não suportava escrever como se nada mais existisse.]).
Pode ser tudo bem melhor.

_- Amor...!

todos os lugares do mundo
me são inimagináveis
posso falar de cada centímetro de terra que lambi
lambi a Terra por que não sabia ainda seu nome
ela voltou pra casa de madrugada
eu sempre procuro por Terra
eu sempre procuro por ela depois das três da manhã.
o escuro incita ao amor.

destino

no amor é preciso encontrar-se em si, sozinha
a travessa vazia, a louça suja na pia
o destino sambístico que tem um poema
eu gosto de bossa, eu quero fazer bossa
cantar bossa pra você.
eu amo a praia, o vai e vem
o riso fluído
nem parece que a bossa é o rio
nem parece que o rio é bossa
eu não poderia exaltar um lugar que não fosse meu
destino.

* canções de amor

morreu ali, sozinha.

ela morreu ali. sozinha.
a calçada vazia de gente. era madrugada.
a sua tia viajou. não viu o menino fugir.
o seu par de alianças engoliu veneno
por que o amor era seu maior sonho
sua maior idealização
e nenhum amor lhe cabia nas mãos
nada era suficiente
nada que valesse à pena
nada que reclamasse à vida.
morreu ali, sozinha.

será verdade que você morreu?

Talvez você me liberte de ser feliz eternamente
estou perdida entre o diálogo contigo e uma música pop que toca numa rádio mais ou menos que acessei. online, sim. com medo de ser roubada de mim.
evito interagir. a canção mudou e eu ainda não disse que voltei à Jake De como um retorno a um ser. um ser anterior à felicidade, um ser anterior à eternidade.
por que você quer assim
acredita comigo
e viremos a página. um outro livro, um outro sorriso, um outro amor, uma outra vida nos espera.
eu não profetizo, riem de mim as horas.
acho pouco sensível lambê-las, não gosto de lamber. gosto do beijo estalado, intenso, respirado junto, sem ranhuras.
por que eu não gosto de lamber?
penso que a minha palavra é a mais importante do mundo. penso que o meu vôo é o mais imprevisível e que atravessa mais além o sentido da existência. eu penso isso, será verdade? será verdade que eu existo? será verdade que você morreu?

* Das duas mil maneiras de amor perfeito
e eterno.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Descendente de Ye'Pá

seguro as pérolas nas palmas das mãos.
será que me servem guardadas?
Ah, deus, ainda acredito no controle?
O que me falta?
A mim, falta declarar:
Sou descendente de Ye'Pá.
Ye'Pá é a Criadora de Deus.
A Criadora de Pérolas que servem ofertadas.
- a dávida está no princípio da existência.
um momento próximo por explicar o Amor.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Imagina, imagina a beleza do outro dia no mesmo dia um pouco mais a leste, um pouco mais a oeste, um pouco mais ao centro, num instante o espaço se transforma em tempo
e esta neve, este sol, esta chuva,
este calor compõem
indissociáveis
partes de mim.
- "Unu mundu bellissimu pro tene, pro poder dispensare cada bene." (Parole di Salvatore Sini - prima meta' del '900 - Sardo)
おはよう。Ohayou.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

pra continuar temos que fazer ter valido a pena.
faça ter valido a pena, a dor, a morte e a falta de amor.
não economize criatividade, sinta, pense o que pode ser diferente
e seja.
é amor que preciso.
pouco
tudo
quanto
o mais
inciso.

quem quiser de amor um todo
terá tudo como primeiro
e um terceiro momento renasce
do segundo que findou ao meio
o receio da lua que passe
pesadelo de nuvem repouse
outro ar outro vento outra face
não explico não corrija
o que não digo é outra coisa
outra coisa que foi e não trouxe
não há por que checar o enlace
checar o que escrevo o que penso
que escreve não pensa
tira de mim esse cobertor
cobre minha pele de flor e de renda.
 
onde está o que as três da tarde se desaninha?
vem, que a poesia é minha
amante primeira.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

quem cala, consente.


‎"Nada é o que parece e o que parece basta para nós.", me diz Thereza. Procuro me entender a partir de suas palavras, e digo:

saí isolada e torpe feito armadilha de destino falso. sorte, falta-me tudo. não consigo amar "o mundo" se não tivermos nós, eu e "ele", o mesmo tamanho.  - não fui eu quem escolheu o gênero, foi a língua portuguesa em seus ancestrais. como negar que os dominantes sempre foram macabros? bebo do meu próprio sangue até esgotar a morte que se contrai destino. acabo viva, acabo: diminuo aos poucos até que se dê por inexistente. acabo viva, com olhos abertos assisto o sentido do instante que passa, no sem sentido do outro que já passou. e o mundo é pequeno:
- multidão de esmolas, a dor indica a opção pela alegria sem reservas.
o que fazer com tudo isso? mergulhar na piscina vazia? confessar contradições? não quero saber do último sepultamento para não sofrer duas vezes. e quando eu morrer, por favor, me esqueça. a morte humana já foi vista de forma tão banal e cruel por tantas vezes no mesmo palco, quase as mesmas personagens e a cena principal é a narrativa da morte. não acredito mais quando me dizem que sofrem. é tudo mentira egoísta: separo "o mundo" entre eu e "ela".
falo da mulher que pensei que me faria acreditar na singularidade da diferença. mas ela é vazia, e o vazio é indiferenciável. então, aprendo a ser indiferente por sobrevivência. a falta de amor mata a eternidade. noiva muda como estátua de mármore branco, fria e sem som, nua e sem movimentos, pedra que me servirá de banco quando os pulsos quebrados não suportarem o peso do meu descanso.
a falta de amor mata a eternidade.

mais uma sobre o amor


o que será o amor? o que silencia por que não se quer viva, ou o que fala por que não se acredita dizer? o amor roubaria alguma coisa, surpreendentemente? o que seria o amor? o enjôo, a falta, o equívoco, o pensamento do avesso? o que seria o amor? o vôo, os pés, o vinho, as fitas, as fotos, a dúvida? onde haveria de estar o amor? de onde devia emanar? como foi aparecer? ou já existia? claro, já existia, isso é óbvio. desde que existe passado. mesmo que seja de outro jeito pensado, existia, pelo menos, de outro jeito.
em paz. o que não principia, não acaba.

corpo que eu posso dar


entreguei meu corpo
por que é o mais significativo
completa 
até o que me consome mais bruta.
vive
recebe de novo
recebe mais
recebe melhor do que eu posso dar

supreendente - pelo índice

entre os homens sou mulher
entre as trans sou Pomba-Gira
entre as mulheres sou eu quem quer.
preferencialmente com múltiplas alterações
surpreendentes.

para que eu te ouça, fale sentindo comigo

"passa, passará, quem detrás ficará, a porteira está aberta para quem quiser passar. seu martin pescador, dá licença de eu passar, o primeiro, o segundo, o terceiro eu vou pegar." Cantigas de Roda de minha infância.

*
tenho exercitado escrever sendo eu mesma sujeito e objeto de análise, obviamente essa não é uma idéia minha, essa idéia enquanto proposta de vida social e política é dos Sábios Tradicionais com os quais trabalho, esse é o tempo citá-los sob a reverência que sugerem letras maiúsculas, graças ao palco histórico no qual estamos integrados. pergunto-me se nossas reflexões voltadas à terceira pessoa: ele, elas, a vida, as coisas, o medo -, não teriam um forte enraizamento na separação entre sujeito e objeto do conhecimento? a sensação que eu tenho é de que quem fala desse jeito se pretende sujeito transcendental. cansei disso. quero ouvir quem é capaz de me falar sobre o medo sentindo medo comigo.
*
abre-se as páginas da existência, lê-se árvores, córregos, vento, pedras.
é preciso abrir as páginas da existência e dar-se ao Tempo.
*
tem coisas que me chamam. às vezes a gente responde. é tão bom responder a um chamado que nos encante. ainda estou atenta a isto. outro dia quero que tudo, absolutamente tudo, seja encantamento em minha vida. daí toda a direção será um êxtase. saio sem avisar quase em suspenso como a distância entre o infinito e o olhar, e volto sem avisar por que chego brotada de dentro, de dentro de ti. isso é amor.
*
pra quem escrevo? escrevo pra quem quiser ouvir como "um sôpro de Jazz".

*

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

quando eu te amar
vou parar o tempo e o espaço
vou voar pra todo lugar
vou expandir, vou me espalhar
pra chegar aqui.
talvez eu pare de escrever,
prefiro te ouvir cantar.
Somos Equívocos acertados. Sempre nos acertamos enquanto vivemos. Se choramos, acertamos. Se sorrimos, também. É assim que somos, perfeitos. Isso é parte de um jeito de ser em paz com o erro, em paz com a homogeneidade, em paz com o acerto, em paz com a diferença. por que igual e diferente entre gêneros, é nada. Podemos conhecer mais detalhadamente a diversidade em oito bilhões de partes [quanta gente tem no mundo, mesmo?]. O que é nada pro rei, pra cada gente da paisagem em si e em todos, diferentes, diferente é lei.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

silêncio, propaga-se a eternidade
canta, acolhe-se o fim
acaba, canta-se o eterno
eterniza, movimentos cíclicos, espectros, matizes
nada necessito.
o que não sei dizer. aprendo a desejar contigo.
te ouço dizer em minha consciência mais remota que consigo acessar quando estou em ti:
'meu coração como cordilheiras de montanhas partiu-se mil vezes criando fendas que criam vales que criam córregos de rios que criam a canoa que me cria e me leva até a amor. sejas tu amor que concebe coração-inteiro para que eu permaneça em ti, sem fim.' .
eu, digo sim. sim, sôo palavras da tua boca ditas pela língua da minha canção. sôo o amor que acolhe em belezas generosas tu-canoa e desenha linhas curvas de-água e areia-aporte aos teus pés. anda nessa praia que flutua. sôo eu-areia-sereia-nua-de-luz-alada, ser da tua face encantada, da-tua palavra lançada: êxtase. sorri e dança e canta e vive e ama como sol, estrelas, veios sem fim que deslizam leite nas tuas vértebras-coluna-marfim-ereta. mergulho-ângulo detuas coxas fartas, sôo flauta em sôpro-contínua Mirió em ti. eternidade prescinde ao fim.

domingo, 2 de janeiro de 2011

reflexos da sombra do vento

te digo o que me diria a fogueira do oriente
ouço de ti o que te diria a terra do sol
sendo assim, não sei se consigo te dizer algo
que já tenha te sido dito,
a eternidade vê o tempo sem reflexos da sombra do vento.